Artista visual desde 2016. Iniciou aos 53 anos e desde então realiza trabalhos com autorretrato, fotoperformance, vídeo, instalação e intervenção em espaços naturais e urbanos. Centra sua pesquisa nos processos psíquicos que permeiam seu cotidiano, ligados ao feminismo e às questões ambientais.
Este projeto iniciou após o dia 10 agosto de 2019, o “Dia do Fogo”, quando a Amazônia foi incendiada por produtores rurais, quando presenciou a vegetação ser inflamada criminosamente. Durante o período das queimadas, a artista foi ao Cerrado, no trajeto realizado pela Expedição Langsdorff (1827) e Hercules Florence, que registraram a exuberante biodiversidade e geografia local. Percorrendo o mesmo caminho, 200 anos depois, fotografou as intervenções na natureza, realizou autorretratos e vídeo-performances, nos meses de agosto e setembro de cada ano, quando ocorrem o maior número de incêndios florestais.
O Cerrado mostra o céu em tons vermelhos Urucum, espécie nativa, utilizada pelos índios e na culinária regional. Esta cor é um sintoma da doentia gestão ambiental, que privilegia o agronegócio e a mineração, em detrimento da sustentabilidade e justiça socioambiental, tão necessária ao Brasil e ao mundo.