Desde muito pequeno, Rodrigo demonstrava aptidão pelas ciências humanas, especialmente pela literatura. Embora fosse uma criança sociável, trocava qualquer atividade pela leitura de um livro. Destaca que, olhando para trás, percebe ali o papel importante de algumas professoras em sua formação. Elas foram verdadeiros marcos em sua vida, uma vez que estimularam nele o hábito da leitura e o fizeram perceber a vocação para as humanidades.
Mais tarde, essas aptidões influenciariam diretamente na sua escolha de curso superior. Recorda que inicialmente sonhava em cursar História ou Arqueologia, mas que foi influenciado por familiares, principalmente seu pai, a escolher o Direito.
Embora o Direito também parecesse, em alguma medida, adequado às suas aptidões, viu-se em conflito com aquilo que poderia ser sua profissão no futuro. Não se enxergava nas carreiras delineadas pelo curso. Rodrigo não via sentido em trabalhar com processos, sem repensar o Direito, sem questionar o “status quo” da própria ciência jurídica. Para ele, o Direito, tal como vislumbrava, soava muito tecnicista e sem um propósito maior. Não que tivesse uma visão romantizada da profissão ou que esperava mudar o mundo sozinho, mas sentia falta de uma visão ampla do Direito, mesmo que em sua atuação individual.
E foi assim até cursar a disciplina de Direito Internacional Público, ministrada por pelo Professor Jayme Benvenuto Lima Júnior e entrar em contato, principalmente, com os Direitos Humanos Internacionais. Em verdade, este é outro docente que marcou profundamente sua vida e lhe ajudou a delinear seus caminhos. O Professor Jayme veio a ser seu orientador no Mestrado e o apresentou também ao Gabinete de Assessoria Jurídica Às Organizações Populares (GAJOP), no qual Rodrigo desenvolveu e ainda desenvolve um belo trabalho na área dos Direitos Humanos Internacionais com a qual tanto se identificou durante o bacharelado.
Nesta organização, atuou de diversas formas, de voluntário, estagiário a Coordenador Executivo. Atualmente é colaborador da organização e Professor na universidade que o formou Bacharel e Mestre em Direito. Fala com alegria do ofício da docência, especialmente por ter a oportunidade de atuar ao lado de Professoras/es com os quais conviveu no papel de aluno. Deodato acredita tanto na importância da docência e na Educação em Direitos Humanos, que hoje abraça a docência com muito orgulho e realização.
Rodrigo conheceu o IDDH em 2007, quando um companheiro do GAJOP veio a Santa Catarina para participar do Curso Avançado de Direitos Humanos (CADH). No ano seguinte, 2008, foi sua vez de representar a organização e participar da edição seguinte. A partir de então, sua relação com o IDDH ficou mais próxima, tendo participado de várias outras edições do CADH, então como facilitador.
Segundo ele, a forma como apresenta os Direitos Humanos para suas/seus alunas/os, em especial na área internacional, decorre diretamente de sua vivência nos CADHs. Embora tenha atuado diretamente em mecanismos internacionais, enquanto representante de uma organização da sociedade civil brasileira, relata que sua didática deriva das experiências que teve nestes cursos. Além disso, lembra com carinho das pessoas especiais que conheceu durante os cursos, tanto pelas amizades que estabeleceu quanto pela importante diversidade de pessoas, vindas de lugares, formações e carreiras distintas.
Para o futuro, Rodrigo Deodato espera que a causa dos Direitos Humanos continue a fazer sentido para todas/os nós e faça sentido para cada vez mais pessoas. Que tudo aquilo que construímos e com o quê sonhamos possa continuar sendo construído em conjunto e talvez um dia, possa vir a ser concretizado. Que a necessidade que temos de permanecermos unidas/os, de mãos dadas e sem desistir, prevaleça.