Durante o mês de junho, o Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH) realizou três sessões da 10ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Mundo, projeto que é executado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República com a produção do ICEM – Instituto Cultura em Movimento.
A Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Mundo é uma iniciativa de promoção da cultura e da educação em direitos humanos e dedica-se a apresentar obras audiovisuais que discutem temas atuais de Direitos Humanos, apresentando-as em locais em que a oferta de bens culturais é escassa. Dessa forma, o IDDH procurou trazer para Joinville este evento e oferecer para a comunidade uma oportunidade de se aproximar de trabalhos audiovisuais de qualidade e que sensibilizam.
Através de três sessões, foram apresentados os três longas metragens da 10ª Mostra, que foram seguidos por debate sobre a temática de cada filme. A primeira sessão ocorreu no dia 6 de junho, na Universidade da Região de Joinville (Univille), com a apresentação do filme “Félix – O Herói da Barra”. O longa conta a história do fundador da comunidade de Barra de Aroeira, em Tocantins, que, mesmo tendo sido escravo no passado, recebeu de D. Pedro II uma grande extensão de terras por conta de sua participação na Guerra do Paraguai. Após a exibição, a equipe do IDDH iniciou um debate sobre a temática, que aborda o resgate de um ideal de líder negro.
A segunda sessão aconteceu também na Univille, no dia 8 de junho. O longa exibido foi “500 – – Os Bebês Roubados pela Ditadura Argentina”, que conta a luta das Avós da Praça de Maio, mulheres que tiveram seus netos sequestrados durante a ditadura militar argentina. A temática do documentário foi de ampla importância para levantar o tema da ditadura no Brasil, e iniciar uma reflexão sobre a atual situação política brasileira. A exibição foi seguida de debate ministrado pela equipe do IDDH.
Por fim, a terceira e última sessão ocorreu na Penitenciária Industrial de Joinville, no dia 14 de junho. Lá, o filme apresentado foi o longa “Porque Temos Esperança”, que aborda a temática do Registro Civil de Nascimento através da história de Marli, mulher que criou a Associação Pernambucana de Mães Solteiras – organização que luta pelo registro do nome do pai na certidão de nascimento de milhares de crianças em Pernambuco. Em dois casos diferentes, o filme mostra como é comum que crianças que tenham ou tiveram pais em cárcere privado no momento do seu nascimento não tenham o registro de nascimento com o nome do pai. Após a exibição do filme, seguiu-se debate conduzido pela equipe do IDDH e do Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz. Esta sessão contou com o apoio do Conselho Carcerário de Joinville, do Dr. João Marcos Buch, juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca de Joinville, e da administração da Penitenciária, que possibilitaram que esta atividade pudesse acontecer.
Durante as sessões, o IDDH pode observar que os documentários geraram questionamentos e reflexões nos participantes. Os debates foram ricos e percebeu-se que as temáticas sensibilizaram não só o público que se sentia diretamente relacionado com o assunto, mas também as pessoas que não eram por definição o público-alvo de cada longa.