No dia 24 de maio é comemorado o Dia Nacional do Cigano. A data é simbólica para estes povos, já que em seu calendário, este é o dia dedicado a Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos.
Os “roma” ou “ciganos”, designam um conjunto de populações com características culturais peculiares que tem como língua o romani, subdividindo-se em três etnias principais:”roma”, “sinti” e “calon”. A história escrita dos povos hoje denominados ciganos é datada por volta do ano 1050 d.c. na Turquia, quando surgiram os primeiros relatos. Atualmente, existe certo consenso entre os historiadores de que o local de surgimento dos ciganos seja a Índia, tendo peregrinado para o Egito e Síria.
No Brasil, estima-se que existam mais de 500 (quinhentos) mil ciganos. Contudo, a visibilidade que se dá a estes povos no país ainda é muito pequena, ficando encoberta pelo preconceito e pela discriminação. A falta de compreensão das diferenças presentes no outro revela uma cultura de indiferença e de afastamento dos ciganos da vida social no Brasil. Esta cultura se irradia nas instituições jurídicas e políticas brasileiras, sendo manifestada claramente através da carência de leis e políticas públicas voltadas aos ciganos, o que coloca muitos à beira da miséria e da inacessibilidade da assistência do Estado.
Em Joinville estão presentes vários grupos ciganos que também enfrentam a dura tarefa de coexistir em uma sociedade repleta de preconceito. As ciganas calins de Joinville retratam esta realidade de uma minoria étnica localizada na cidade e que enfrenta suas mazelas. Trata-se de um grupo de mulheres ciganas viúvas e seus filhos, que vivem em tendas improvisadas na região das Agulhas Negras no bairro Adhemar Garcia. Como são doentes não conseguem trabalho, subsistindo da insuficiente ajuda de alguns órgãos estatais e do altruísmo da sociedade civil.
As principais violações sofridas pela comunidade cigana hoje no Brasil são a violência psicológica, seguida da violência institucional, conforme demonstram os dados do Disque 100. Por este motivo, é importante recordar e comemorar uma data simbólica como esta, a fim de impactar a sociedade civil contra o preconceito e a discriminação de povos ciganos.
Ressalta-se que a empatia pelo outro manifestada na compreensão dos modos de vida alheios, revela o que há de mais caro a todos nós: o respeito pela humanidade presente em todos.
Viva o dia do Cigano!