Essa semana foi iniciada a 44ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ocorre de 30 de junho a 17 de julho, em Genebra/Suíça. Em sua fala na abertura, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet destacou que, “seis meses após a detecção dos primeiros casos, fica claro que essa epidemia ameaça tanto a paz quanto o desenvolvimento – e exige mais direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, e não menos”.
Bachelet indicou também algumas situações para as quais chama atenção:
- Os dados apontam que membros de minorias étnicas e raciais e povos indígenas são mais propensos a morrer de COVID-19 e são os mais atingidos por suas conseqüências socioeconômicas;
- Nesse contexto, pessoas de ascendência africana, que continuam enfrentando acesso desigual a direitos e sofrendo formas cruzadas de discriminação estrutural;
- O COVID-19 agrava a exclusão e discriminação sofridas por mulheres e meninas;
- Pessoas idosas sofrem os maiores números de mortes e os maiores danos à saude;
- É provável que haja impactos profundos e duradouros para as crianças, pois a interrupção nas escolas e nos programas de treinamento aumenta o risco das mais pobres ficarem para trás. Além de aumentar a exposição à ameaça de violência doméstica, trabalho infantil, casamento infantil, mutilação genital feminina e exploração sexual online;
- O fechamento de programas de treinamento, ensino superior e empregos também cria uma carga pesada para os jovens com menos de 25 anos;
- Os impactos da saúde, socioeconômicos e de proteção da pandemia também estão aprofundando o sofrimento dos migrantes.
Em sua fala,Michelle Bachelet também diz que “na Bielorrússia, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e nos Estados Unidos, entre outros, estou preocupada com declarações que negam a realidade do contágio viral, e a crescente polarização em questões-chave que podem intensificar a gravidade da pandemia, minando esforços para conter sua disseminação e fortalecer os sistemas de saúde.”
É importante lembrar que sem uma ação nacional e internacional rápida e decisiva, a pandemia encerrará as esperanças de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
Você pode ler a declaração completa, em inglês, aqui.
O IDDH estará acompanhando toda a 44ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, realizando incidências e divulgando as novidades.