A obra “Nuevo Mundo, 2019”, de Iracema Barbosa ilustra a capa do relatório “Migração, refúgio, racismo e (des)igualdades”. A obra é considerada pela artista uma espécie de pintura discursiva, já que une a imagem de um Mapa das Américas e suas histórias, mas também utiliza de uma materialidade específica.
Para Barbosa, então, não só a imagem formada, mas também cada material utilizado, suas cores e texturas são fundamentais para a composição. O aspecto visual inacabado de alguns objetos representa, na atualidade, o aspecto transitório da existência, a transformação, a mudança.
“Novo Mundo, 2019” é também uma imagem comprometida com o lugar social das representações que se cria do mundo em que vivemos. Foi produzido em papel, com tules e costuras.
Iracema Barbosa, aos 63 anos, possui uma vasta carreira de mais de 30 anos dedicada à arte. Realizou e organizou exposições nacionais e internacionais, tanto de suas obras quanto de outros artistas. Se dedicou também à vida acadêmica, concluindo seu pós-doutorado em 2020. Atualmente, Iracema é também professora da Universidade de Brasília, no Curso de Teoria e Crítica da Arte, do Departamento de Artes.
Seu portfólio está disponível aqui.
Olhares do Brasil
Promovido pelo Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH), o edital Olhares do Brasil selecionou 10 obras de artistas brasileiros/as para ilustrar as capas de relatórios sobre direitos humanos no país, que serão apresentados em Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em 2022.
Sob a coordenação do IDDH, os documentos foram elaborados pelo Coletivo RPU Brasil — coalizão que reúne mais de 30 organizações/redes que monitoram os direitos humanos no país através de um mecanismo da ONU chamado Revisão Periódica Universal (RPU).
Dentre os assuntos trabalhados nos relatórios estão: saúde sexual e reprodutiva, orientação sexual e identidade de gênero, discriminação contra as mulheres, violência contra as mulheres, liberdade religiosa, povos indígenas, meio ambiente e mais.