Segundo a ONU, defensores são pessoas que individualmente ou com outros atuam na promoção ou proteção dos direitos humanos. Eles são mais identificados por suas ações e pelo contexto de seus trabalhos do que por um conceito específico. Podem ser tanto as pessoas que exercem funções públicas de relevante impacto social quanto o cidadão anônimo que atua no dia a dia em busca de uma sociedade mais justa e democrática, Podem também ser ativistas de ONGs, advogados, estudantes, defensores públicos, juízes, professores, lideranças comunitárias e sindicais, entre tantos outros.
Quem são as pessoas que lutam pelo fim da impunidade, pelo fim da corrupção, pelo trabalho digno, por mais saúde, pela liberdade de expressão, por educação para todos, pelo meio ambiente, pela não discriminação, pela inclusão ou pela igualdade de direitos? Se você é uma pessoa que deseja mudanças sociais e age para impactar a realidade a seu redor, então meus parabéns, você também é um defensor de direitos humanos. A partir do momento que nos indignamos e gritamos por mais justiça, mas também lutamos por mudanças, nos tornamos defensores de direitos humanos.
A história já provou que é um desafio garantir o respeito aos direitos humanos para todas as pessoas, mas as dificuldades em se alcançar este objetivo não podem legitimar a exclusão de quaisquer grupos sociais da sua esfera de proteção (migrantes, indígenas, mulheres, afrodescendentes, casais homoafetivos, pessoas com deficiência, etc). Não há alguém mais ou menos qualificado para ser titular de direitos humanos.
O reconhecimento do outro como um igual, nem sempre é um exercício fácil, mas oferece grandes oportunidades para reflexão sobre as diferenças entre os indivíduos e sobre a importância do respeito e da tolerância em uma sociedade plural e democrática.
Quando percebermos a importância dos defensores de direitos humanos para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica lutaremos por eles, em nossa cidade, estado e país. São eles agentes de mudança que contribuem para a evolução dos costumes, que desafiam preconceitos arraigados.
Para isso, a educação em direitos humanos tem ganho relevância e expressão no Brasil e no mundo, pois através dela formamos mais Defensores. Esta educação deveria estar presente nas escolas, nas ruas, nas igrejas, em casa e nas universidades. Joinville está sediando a 9a edição de um Curso Anual de Direitos Humanos que visa ampliar o numero de defensores no Brasil. É uma oportunidade para atuar, participar e transformar a sociedade que queremos em benefício das atuais e das futuras gerações.
Autora: Fernanda Lapa
Artigo publicado no jornal A Notícia do dia 26/10/2015